PLASMA PANASONIC 103”: O MAIOR TV DO MUNDO

PLASMA PANASONIC 103”: O MAIOR TV DO MUNDO

Este aparelho é uma obra de arte. Mas exige vários cuidados na instalação e no ajuste.

Se você é daqueles que não têm problemas de espaço em casa, um TV de 103” pode não ser um exagero. Daí nosso interesse em avaliar este lançamento da Panasonic, que até o momento em que escrevemos é o maior TV lançado comercialmente até hoje. Realmente, o Panasonic TH-103FP9UK é um aparelho que impressiona – com seus 216kg e 2m40 de largura. Vamos checar então o que ele oferece.

O primeiro aspecto que chama atenção, além do tamanho, é a resolução de imagem. Este é um dos poucos plasmas à venda no Brasil que possuem resolução nativa 1080p (Full-HD), embora se saiba que ainda é raro contar com esse tipo de sinal por aqui. A taxa de contraste especificada pelo fabricante também impressiona: 4.000:1, com 4.096 gradações entre o preto e o branco. Técnicos da Panasonic garantem que os níveis de preto neste aparelho são “excepcionais”. O circuito Deep Black Filter certamente tem a ver com isso.

Ao contrário de outros plasmas, este não possui processador interno do tipo Faroudja, mas contém um processador chamado Sub-Pixel Controller, que (sempre de acordo com o fabricante) aumenta em 30% a resolução horizontal. E há ainda o circuito Motion Pattern, que consegue antecipar os movimentos da cena e aplicar a redução de ruído necessária para evitar os famosos borrões (comuns, por exemplo, em jogos e corridas).

Além do uso em home theater, a Panasonic projetou o TH-103FP9UK como um display também para uso comercial (em eventos, exposições etc). Por isso, ele funciona igualmente bem com DVD players, decoders de TV e computadores, oferecendo todas as respectivas conexões – incluindo uma entrada para cartão de memória. Aliás, se você quiser usá-lo profissionalmente, a tela grande é uma ótima vantagem, pois permite abrir várias janelas com a função PIP. 

Um item que nos decepcionou um pouco – considerando um TV dessa magnitude – foi o controle remoto. Parece o controle de um HT-in-a-box! Todo de plástico, tem layout nada estético e nem inclui teclas retroiluminadas. Possui todos os comandos necessários para operar esse aparelho com tantas funções, mas nos testes verificamos que seu acionamento é complicado. Talvez a Panasonic considere que quem compra um TV desses já tenha seu próprio sistema de automação doméstica, e nesse caso o controle passa a ser dispensável.

 

Ajustes

Não podemos dizer que esta avaliação tenha sido feita em condições ideais. Devido ao tamanho do aparelho, tivemos que contar com a preciosa ajuda de uma loja especializada de Los Angeles. Lá, o TV Panasonic já estava em demonstração, mas num local com muita iluminação. Por isso, o pessoal da loja o havia ajustado com máximo brilho e saturação de cores, o que tivemos que corrigir manualmente para iniciar os testes. Não foi muito demorado fazer isso, através dos controles DYNAMIC e CINEMA. Naturalmente, se você adquirir este aparelho a recomendação é que a calibragem seja feita por um técnico especializado, utilizando os instrumentos apropriados.

O TV possui duas opções de montagem (suporte de mesa ou de parede), que o comprador deve solicitar em separado. É claro que só vale a pena se sua sala for mesmo grande (no mínimo 40m2) e se você tiver fontes de sinal de alta definição, como um player Blu-ray ou HD-DVD e um decoder de TV Digital (set-top-box). Nem é preciso dizer que, para assistir a programas da TV analógica, um aparelho desses é perda de tempo. 

É sempre bom lembrar que quanto maior a tela e mais alta a resolução, pior a impressão que se tem ao ver imagens de fontes ruins, pois os defeitos originais da imagem são terrivelmente amplificados. E isso vale não só para este, mas para todos os TVs digitais.

 

Avaliação

Começamos a série de testes com o filme Casino Royale em Blu-ray, e já na primeira seqüência – que é em preto e branco – notamos algumas peculiaridades deste TV. Os níveis de preto são bons, mas ficam abaixo de outros plasmas de última geração que já testamos. Ajustamos o aparelho para escurecer apenas um lado da tela e percebemos que a gama de cinzas é muito evidente, sem aquele preto profundo que os cinéfilos adoram. Isso nos deu a impressão de uma imagem pálida, às vezes até um pouco lavada.

Quanto aos níveis de branco, não foram tão brilhantes quanto poderíamos esperar, apresentando também gradações de cinza. Pulando para uma cena de perseguição, pudemos ver que o TH-103FP9UK realmente tem potencial. A primeira coisa que nos chamou a atenção foi a quantidade de ruído nas cenas abertas, enquanto nos closes e nas tomadas a média distância tudo pareceu muito claro e natural. 

Em cenas com travelling, quando a câmera se move rapidamente na horizontal, especialmente quando há muito contraste, notamos certa tremulação sentados a 3m de distância (o que, obviamente, não é o recomendado se você quer ter um TV tão grande em casa). 

A saturação de cores foi ótima, com as cores básicas – verde, vermelho e azul – extremamente intensas. Os contornos também foram excelentes, mas neste caso exige-se uma distância de pelo menos 5m para não ficar incomodado. Tons de pele nos pareceram naturais, mas a questão do preto/cinza prejudicou um pouco a sensação de tridimensionalidade, particularmente nos detalhes de rosto, se comparada a outros plasmas menores – inclusive o Panasonic TH-50PF9UK, de 50”.

Continuando o teste, colocamos para rodar um épico de guerra, Flyboys, que também apresentou cores bem delineadas e profundas. Este filme não tem a mesma qualidade de transferência de Casino Royale, daí porque notamos alguns problemas nos contornos das imagens. Nas muitas cenas aéreas, nos incomodou particularmente o nível de ruído, além de artifícios digitais nos cenários de fundo. Curiosamente, quando o fundo era o céu azul os artifícios desapareciam (os ruídos, não). A fuselagem dos aviões deixou nítida a pixelização da imagem, tirando um pouco de seu brilho. Esses efeitos melhoraram quando nos afastamos da tela.

Partimos então para uma avaliação com discos HD-DVD, e escolhemos logo um dos melhores disponíveis: Matrix Revolutions. Foi a imagem mais espetacular que obtivemos com o plasma Panasonic. Os pretos realmente eram pretos, e os brancos nos pareceram controlados como devem ser, ou seja, sem cintilação. Até o nível de ruído melhorou, embora não nas cenas mais complexas. 

Mas constatamos que a fidelidade nos contornos é mesmo o ponto fraco desse aparelho. O duelo entre Neo e o Agente Smith na chuva ficou impressionante quando a câmera chegava perto de seus corpos, mas de novo nas cenas abertas vimos problemas: os pingos de chuva perderam a textura e pareceram muito pixelados. 

Mas é importante ressalvar que as cenas compostas em computação gráfica ficaram melhores do que em outros TVs, o que nos faz pensar que a Panasonic visa mesmo, com esse produto, o segmento corporativo. As seqüências do filme com o exército de robôs foram um desafio e tanto para esse plasma. E ele se mostrou perfeito na reprodução de cores, com uma gradação tão boa quanto a dos melhores displays que já avaliamos. Particularmente impactantes foram os detalhes de suor e sangue nos rostos dos personagens.

Embora devamos confessar que esperávamos mais de um aparelho tão sofisticado, é preciso reconhecer que sua performance depende muito de uma boa instalação e de condições adequadas de uso. Com um plasma de 50” ou 60”, a questão da luz ambiente não chega a fazer muita diferença. Mas, com uma tela de 103”, descobrimos que as luzes acesas na sala acabam transformando o TV quase num espelho, o que sem dúvida prejudica a qualidade de imagem. Portanto, é essencial saber posicionar o aparelho na sala, evitando a proximidade de janelas e/ou spots de luz.

Mas, ao escurecer o ambiente, notamos também que esse aparelho não se deu tão bem quanto outros plasmas da mesma marca. Para combater ruídos e serrilhamento (os chamados “jaggies”) na imagem, nada melhor do que acoplar ao TV um processador de vídeo do tipo DVDO ou Faroudja. 

Outra observação importante quanto à instalação desse TV é a questão da distância até o sofá. A regra geral diz que deve-se manter no mínimo uma distância equivalente a uma vez e meia a diagonal da tela. Exemplo: para uma tela de 50” (127cm), recomenda-se manter o sofá a pelo menos 1m90 do TV. No caso de um plasma de 103”, a distância mais curta que experimentamos para atingir boa visibilidade foi de 4m. Provamos isso na prática ao aumentar essa distância para 5m: a imagem melhora bastante. 

Enfim, apesar dos problemas relatados, é inegável que o TH-103FP9UK é uma obra de arte em termos de estilo. Você pode até conseguir melhor performance em outros TVs, ou mesmo com um conjunto projetor+tela. Mas os compradores potenciais de um TV de 103” certamente estão menos preocupados com o desempenho em si do que com o charme de ter tal peça em sua sala. Afinal, é – por todos os motivos – um produto para poucos.

© A/V REVOLUTION

 

FICHA TÉCNICA

Modelo: TV de plasma Panasonic TH-103FP9UK (103”)

Resolução: 1920x1080p

Relação de contraste: 4.000:1

Taxa de brilho: 1.000 cd/m2

Entradas: RGB, HDMI, DVI, componente, RS232. 

Consumo: 1.550W, 50/60Hz, com alimentação de 240V

Dimensões (L/A/P): 241/142/13cm 

Peso: 220kg (sem pedestal), 342kg (com pedestal)

Garantia: 1 ano

Preço sugerido: R$ 270 mil

Fabricante: www.panasonic.com.br

 

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO TESTE:

Blu-ray player Panasonic

HD-DVD player Toshiba

Decoder HD DirecTV

Filmes: Casino Royale (Blu-ray/Columbia), Flyboys (Blu-ray/MGM), Matrix Revolutions (HD-DVD/Warner)