EXCLUSIVO: SONY XEL-1, DE 11”: O PRIMEIRO TV OLED DO MUNDO

EXCLUSIVO: SONY XEL-1, DE 11”: O PRIMEIRO TV OLED DO MUNDO

 

São apenas 3mm de profundidade, que combinam com o visual moderno e atraente dessa tela.

Eles foram a grande sensação da CES 2008 (Consumer Electronics Show), feira que acontece todos os anos em Las Vegas. Apesar de novos no mercado, os TVs OLED (de Organic Light-Emitting Diode/Diodo Orgânico Emissor de Luz), tornaram-se a bola da vez no segmento de telas finas, principalmente por consumirem menos energia e apresentarem poucos milímetros de espessura, deixando para trás plasmas e LCDs. 

A seguir, você confere o teste exclusivo do TV Sony XEL-1, de 11”, o primeiro modelo OLED vendido comercialmente no mundo, que chegou às lojas do Japão no final de 2007 e, agora, começa a ser vendido nos EUA. Não há previsão de lançamento desse produto no Brasil.

Segundo o fabricante, o TV XEL-1 reúne o que há de melhor em níveis de contraste, ângulo de visão e reprodução de cores. Nossos testes provaram que essas afirmações são verdadeiras. É claro que um produto de 11”, comercializado por cerca de US$ 2.500 e com resolução nativa de 960×540 pixels (ou seja, nem habilita o produto a reproduzir imagens de alta definição), precisa ser superior em algum ponto.

A Sony ainda não anunciou a estratégia de preços para a produção de telas maiores. Esperamos que tanto ela como qualquer outro fabricante interessado em lançar TVs OLED de tamanho maior – Panasonic, Hitachi e Samsung são os principais candidatos, mas até agora só mostraram protótipos de até 31 polegadas – consigam atingir escala industrial. Essa ação possibilitará a redução de preços (o XEL-1 tem sua produção limitada a poucas unidades por mês), o que, certamente, transformará o OLED na “grande tecnologia do futuro”.

 

DESCRIÇÃO

O desenho da base do TV OLED logo chama a atenção quando o produto é apresentado. O segundo ponto relacionado ao design que desperta a curiosidade dos usuários é a profundidade da tela em si – apenas 3mm, algo totalmente inovador. Ambos os detalhes combinam e formam um agradável visual.

O XEL-1 pode ser inclinado para frente e para trás, mas não para os lados. Ao todo, as dimensões do televisor, incluindo base e tela, são 28cm de largura, 25cm de altura e 14cm de profundidade, com a tela na posição totalmente vertical. E um detalhe: o televisor não pode ser removido da base.

O pequeno painel traseiro tem espaço para poucos conectores, incluindo duas entradas HDMI, um slot para cartões de memória, saída óptica para áudio digital e uma entrada de antena. Além disso, o produto oferece uma saída para fones de ouvido. Há também a conexão para o Bravia Internet Video Link, um sistema da Sony que permite o recebimento de conteúdo da web pelo televisor. Faltaram entradas analógicas de áudio e vídeo. Mas, na verdade, quem iria comprar um televisor de custo tão elevado para conectar um videocassete? 

O controle remoto apresenta design agradável. Por outro lado, o fato das teclas serem todas do mesmo tamanho pode complicar as operações, principalmente em ambientes escuros.

 

AJUSTES

De acordo com o fabricante, a tela OLED apresenta uma camada de material orgânico prensada entre dois condutores (um anodo e um catodo). Esses são envolvidos por placas de vidro (uma superior e outra inferior), chamadas de substrato. Quando uma corrente elétrica é aplicada aos dois condutores, uma luz eletroluminescente é produzida diretamente pelo material orgânico.

Por algum motivo desconhecido, talvez relacionado às dificuldades de produção, ou à ânsia de lançar a tecnologia antes dos concorrentes, a Sony decidiu limitar a resolução do XEL-1 em apenas 960×540 pixels, exatamente a metade dos pixels necessários (tanto na horizontal como na vertical) para chegar ao padrão 1.080p (1.920×1.080), a máxima definição atingida hoje pelo formato Blu-ray.

Essa “falta” de pixels não desqualifica o produto como um verdadeiro HDTV, já que, neste tamanho de tela, é praticamente impossível identificar os pixels individualmente. Falta mesmo faz o recurso Motion Flow, utilizado em outros televisores da marca para suavizar as imagens originalmente gravadas em 24 quadros por segundo.

O XEL-1 apresenta vários ajustes de imagem, incluindo três modos que podem ser regulados de forma independente em cada entrada de vídeo. Assim, pode-se definir um ajuste para um DVD conectado na entrada 1 e outro diferente para, por exemplo, um videogame ligado à entrada 2. Possui, ainda, quatro ajustes de temperatura de cor, dois níveis de redução de ruídos e uma série de outros ajustes batizados com nomes diferentes, como corretor de fundo, branco claro e cores vivas. 

Para obter imagens de melhor qualidade, preferimos desligá-los. Existem ainda quatro níveis de controle de gamma. E, aqui, novamente, a mais suave transição entre o preto e o branco aconteceu quando abrimos mão dessa função.

Os ajustes são feitos através do cross media bar, tipo de menu que a Sony vem utilizando em todos os seus produtos. Apesar de apropriado para o videogame PlayStation 3, por exemplo, que traz poucas opções, ele deixa a desejar no caso do TV XEL-1. Motivo: é comum ter que fazer várias seleções de menus para encontrar os ajustes desejados. Além disso, um cansativo aviso de “aguarde alguns instantes” aparece na tela todas as vezes em que se tenta entrar no menu de ajuste de imagem.

 

AVALIAÇÃO

Com uma relação de contraste de 1.000.000:1, o Sony XEL-1 mostrou os mais profundos níveis de preto já vistos nos nossos testes de TV. O nível de preto absoluto chega a ser tão perfeito que, em ambientes escuros, não dá para perceber quando acaba a imagem e começa o gabinete em volta da tela.

Fomos brindados ainda pelas cores mais vibrantes de todos os nossos testes de TV. A excelência do nível de preto deve ter ajudado nesse sentido e também na hora de manter a uniformidade da imagem em toda a área da tela e ampliar o ângulo de visão, fatores até então dominados pela tecnologia de plasma.

Quando o televisor mostrava imagens escuras, as tarjas pretas de alguns formatos de tela ou porções do menu do PlayStation 3, por exemplo, essas áreas simplesmente desapareciam da nossa visão, confundindo-se com a moldura do aparelho. Legendas sobre fundos escuros, literalmente, flutuavam no ar, já que a noção de profundidade também era impressionante.

As sombras ainda tiraram proveito do excelente nível de preto. Os cabelos dos atores, filmados contra a luz, mostraram níveis de detalhes que nunca havíamos visto em outros modelos.

O alto contraste acabou revelando alguns problemas, que estão mais relacionados às limitações da visão humana. Em cenas muito claras sobre fundos escuros, como letras brancas sobre fundos pretos durante os créditos, notamos imagens borradas nos contornos das letras. 

Isso não deve ser confundido com o efeito blooming, que estoura os contornos de algumas imagens em certos televisores. Trata-se de uma ilusão óptica, já que numa análise mais cuidadosa percebemos que as letras estavam perfeitas e nossa visão nos enganava.

Essa característica não nos distraiu tanto quanto o efeito da imagem vazando para fora do televisor. Num ambiente totalmente escuro, o preto das cenas reproduzidas pelo TV não se confunde apenas com o gabinete, mas também com o próprio ambiente, dando-nos a estranha impressão da imagem estar flutuando e sendo exibida no ar, e não numa tela. 

Depois de algum tempo nos acostumamos com isso e o que passou a ficar estranho foi assistir às imagens em televisores convencionais. Chegamos à conclusão que é melhor curtir o TV OLED com um pouco de iluminação ambiente.

A reprodução das cores primárias e secundárias no XEL-1 acabou revelando algumas deficiências. A reprodução do verde se mostrou fora dos padrões normais. Os tons de pele também ficaram um pouco mais pálidos do que o normal. A saturação de cores, no entanto, teve resultados excelentes. Isso nos leva a crer que os poucos problemas relacionados à fidelidade das cores, principalmente do verde, estiveram mais relacionados à regulagem e aos ajustes do televisor do que à própria tecnologia OLED em si.

A baixa resolução nativa do produto não se tornou um grande inconveniente, já que telas menores sempre aparentam maior nitidez. Independente da fonte utilizada, as imagens eram aparentemente mais nítidas no XEL-1 do que em outros televisores. Além do tamanho do TV, o altíssimo contraste foi fundamental para garantir a excelente qualidade final.

Ao utilizar os gráficos de teste nos padrões 1.080p e 720p, o XEL-1 naturalmente falhou na exibição dos detalhes, já que ambos excediam sua resolução nativa. Mas, mesmo assim, o produto desempenhou um bom papel ao reproduzir filmes nesses padrões. Também foi capaz de aceitar fontes originalmente em 1.080p a 24 quadros por segundo.

Em diversos outros aspectos, o OLED pareceu se comportar de uma forma muito parecida com o plasma, o que é bem positivo. A tela não exibiu imagens manchadas ou borradas nas cenas em movimento, mesmo quando utilizamos conteúdos de difícil reprodução, como explosões, por exemplo. Esse fator justifica a afirmação da Sony em relação à superioridade do produto quanto ao tempo de resposta.

Não notamos uma grande economia de energia em relação a outros televisores de tela maior já testados por nossa equipe. Mas, aqui, é importante ressaltar que nunca havíamos feito testes com TVs de telas tão pequenas, o que pode interferir na comparação com outros modelos.

Esta mesma dificuldade foi encontrada para comparar o OLED aos plasmas e LCDs atuais. Ficamos, agora, na espera dos primeiros TVs OLED de tela grande, que, de fato, poderão ser testados ao lado de concorrentes com o mesmo tamanho. Só assim teremos a certeza da extrema superioridade que a Sony afirma ter nesta nova e fascinante tecnologia.

CNET.COM

 

FICHA TÉCNICA

Modelo: XEL-1

Tecnologia: OLED

Tela: 11”, widescreen

Resolução: 960×540 pixels

Relação de Contraste: 1.000.000:1

Entradas de vídeo: 2 HDMI, 1 USB, 1 RF

Saídas de áudio: 1 digital óptica, 1 fones de ouvido

Outras conexões: slot para cartões Memory Stick Pro e entrada para o Bravia Internet Video Link, que garante acesso à web

Consumo médio de energia: 45W

Dimensões (tela mais base – L/A/P): 28/25/14cm

Peso: 2kg

Garantia: 1 ano (EUA e Japão)

Preço sugerido: US$ 2.500

Fabricante: www.sonystyle.com