CAIXAS ACÚSTICAS AMPLIFICADAS ACOUSTIC RESEARCH

 

CAIXAS ACÚSTICAS AMPLIFICADAS ACOUSTIC RESEARCH

Em nossa edição de março, mostramos como funcionam as caixas acústicas amplificadas, explicando em detalhes o que significa esse conceito relativamente novo no mercado. Basicamente, esse tipo de caixa é interessante para quem precisa economizar espaço mas não quer abrir mão de qualidades como potência e resolução sonora. Desta vez, pudemos enfim avaliar um conjunto de caixas, da marca Acoustic Research, que trazem embutido um subwoofer amplificado. 

Famosa pelo acabamento de seus produtos, a A.R. tem investido bastante no conceito da amplificação interna de suas caixas de maior porte. O que faz todo sentido: essas caixas são mais robustas e geralmente admitem maior potência; podem, em alguns casos, até mesmo suprir a falta de um subwoofer no conjunto, já que costumam responder satisfatoriamente a graves até a faixa de 40Hz ou 50Hz. 

Claro que, acopladas a um bom sub, seu rendimento melhora bastante. A solução encontrada pelos técnicos da A.R. foi embutir um sub amplificado em cada uma das caixas (que podem ser usadas tanto nos canais frontais como nos traseiros), ampliando o alcance dos graves e poupando espaço na sala.

Para esta sessão de testes, recebemos um conjunto composto pelos seguintes modelos: AR3 nos canais frontais, com subwoofer embutido de 300W e sensibilidade de 93dB; AR5 nos canais traseiros, com sub de 175W e sensibilidade de 90dB; e AR2C, esta sem subwoofer embutido, com sensibilidade de 94dB, no canal central (todas as caixas são blindadas e de três vias). 

Os subwoofers embutidos contam com amplificadores projetados pela Sunfire, outra empresa de grande prestígio no mercado americano.

A primeira constatação é que os procedimentos de instalação desse conjunto são completamente diferentes das caixas convencionais. Além da ligação normal, é necessário conectar a saída de subwoofer do receiver ou processador a uma das caixas (com cabo interconnect com conector RCA). 

A partir dessa primeira caixa, o sinal deve então ser enviado – sempre através de conectores RCA – para a segunda caixa, depois para a terceira e assim por diante. Pode-se começar a ligação pela caixa mais próxima do amplificador, e depois ir passando os cabos em seqüência até a última caixa.

Esse procedimento implica, naturalmente, num investimento maior em cabos, que além de longos devem ser de ótima qualidade, para acompanhar o nível das caixas. Outra exigência é que haja tomadas elétricas para todas as caixas amplificadas; no caso de se usar condicionadores de energia, é importante verificar sua capacidade em função das várias tomadas. É bom também usar conduítes ou canaletas que protejam (e ocultem) os cabos na sala.

Um conjunto desse porte implica também em razoável espaço na sala. Como já foi dito, a A.R. prima pela robustez de suas caixas, com falantes grandes (no caso, 10” e 12” de diâmetro), que movimentam grandes massas de ar. Com amplificador e transformador embutidos, seu peso aumenta bastante. 

Mesmo em volume não muito alto, o impacto do som é respeitável. Utilizamos no teste uma sala retangular de aproximadamente 40m2, com poucos móveis e paredes ligeiramente amortecidas, e ainda assim tivemos que controlar o volume da reprodução. Aumentando o volume, não observamos distorções mas o som torna-se cansativo em alguns momentos.

Um detalhe importante na instalação dessas caixas é a posição do falante de graves, que fica de lado, direcionando o som para as laterais da sala. É preciso, portanto, que a caixa fique afastada da parede, com espaço suficiente para propagar adequadamente o som. Mais um motivo para usá-las em ambientes grandes.

Na primeira avaliação, com CDs, chamou atenção o excesso de graves no disco My Blue Heaven, com o cantor/guitarrista John Pizzarelli acompanhado por uma big band. A reprodução tornou-se bem melhor deixando o controle de subwoofer no nível mínimo. 

Já no disco When I Look in Your Eyes, com a cantora Diana Krall e seu trio, o resultado foi bem mais agradável, mostrando a musicalidade das caixas A.R. 

Passamos em seguida para a análise de filmes e shows em DVD, começando com uma das melhores seqüências de filmes dos últimos anos: a abertura de O Resgate do Soldado Ryan, com o massacre dos soldados na praia. Com esse conjunto de caixas, fica mais fácil perceber a diferença entre as versões Dolby Digital e DTS do filme. O impacto dos efeitos surround é bem maior em DTS, o que sem dúvida é mérito das caixas traseiras de alta potência. Aliás, a ambientação é muito melhor deixando essas caixas afastadas do sofá em pelo menos 2 metros; aproximando-as, o peso excessivo dos canais traseiros começa a incomodar.

 

AGRADECIMENTOS: BOGART&MOZART

 

FICHA TÉCNICA:

Modelo: caixas acústicas Acoustic Research AR3 (frontais), AR5 (traseiras), com subwoofer embutido, e AR2C (central).

Falantes: woofers de 12”, 10” e 6½”, respectivamente.

Potência admitida: 15-250W (AR3), 50-175W (AR5) e 20-200W (AR2C).

Potência do subwoofer: 300W (AR3) e 175W (AR5).

Resposta de freqüência: 20-23.000Hz (AR3), 23-23.000Hz (AR5) e 45-23.000Hz (AR2C), com +-2dB.

Altura: AR3 – 110cm, AR5 – 94cm (AR2C – 48cm de largura)

Distribuidor: Roberto Molnar

 

EQUIPAMENTO DE TESTE:

Amplificador/processador Yamaha DSP-A1

DVD player Sony DVP-S7700

Cabos Audio Quest Ruby

Discos: O Resgate do Soldado Ryan, Daylight, Sheryl Crow – Rockin’ the Globe Live e Roy Orbison – Black & White Light (DVD); Diana Krall – When I Look in Your Eyes (GRP), John Pizzarelli – My Blue Heaven (Chesky), Ben Webster – Coleção Burmeister/nº 2.